Minha história de vida, se fosse contada por um comediante em um show de stand-up, por um bom, bom não, por um ótimo comediante, o melhor que já existiu, talvez arrancasse algum riso dos telespectadores, risos contidos e não gargalhadas. Um pouco daquele riso nervoso, repleto de ironia, que se misturaria às lágrimas e aplausos, mas penso que outras emoções, daquelas menos toleráveis, tenham mais chance de aparecer.
Somos filhas da professora Ana Brandão de Castro e do advogado Augusto de Castro. Trigêmeas. Nossa avó materna repetia quase como que em uma ladainha nos almoços da família que tinha errado só a quantidade de bebês, mas que jamais teve dúvida quanto ao sexo. Era tão grande a empolgação da velha quando falava desse assunto, que parecia que tinha tirado a pedra maior no bingo da quermesse, pois se repetia quase que de forma orquestrada assim como o pêndulo do relógio fixado no alto da parede da sala.