Sou
filha de pescadores, cresci às margens do rio Tietê pescando e nadando. Já adulta, afastei-me do rio, mas voltei a
pescar motivada pelo meu marido que mesmo não gostando da atividade me
incentivou a fazê-lo, pois percebia o quanto isso me fazia falta.
Era
sábado e descíamos o rio em um barco, as águas estavam calmas então encontramos
facilmente um bom lugar para aportar: embaixo de uma figueira tombada, onde meu
pai e eu pescávamos quando eu era pequena. Os galhos beijando o rio remetiam-me
a uma infância feliz.
A luz da lua cheia banhava o rio e as estrelas no céu evocavam memórias distantes em volta das fogueiras, onde meus tios contavam histórias de criaturas místicas...