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terça-feira, julho 16, 2024

Além das Curtidas

Curtir
Curtidas.
Quem curte
O que você curte
Curti você?
Quem não curte você
Não curte
O que você curte?
Curtir é curto
Mas pode ser bom?

Tempo seco

Chuva escassa
Horizonte empoeirado
Cinzento e melancólico
O solo suspira cansado
É inverno no hemisfério sul
A fumaça esconde o céu azul
O vento murmura incessante
Uma canção triste de sede
Árvores curvadas

sábado, julho 13, 2024

A Poesia e a vida

Eu vejo poesia em tudo:
Na alegria de um sorriso no rosto
Na euforia de um coração exposto
Na magia em cada verso composto
Na fantasia onde o real é proposto
Na harmonia, um acorde de bom gosto
Na sintonia em cada nota que adota
Na epifania como um raio iluminado
Na utopia de um mundo sonhado
Na filosofia em pensamentos elevados
Na sabedoria dos anciãos respeitados
Na rebeldia contra regras impostas
Na liturgia em tradições compostas
Na melancolia em dias de chuva
Na agonia de uma dor que não cura
Na distopia de um futuro incerto
Existe poesia em cada suspiro
Da terra firme ao mar aberto.

_________Pedro Trajano


sexta-feira, julho 12, 2024

Formiga

Formiga, amiga
Siga sua trilha
Sua sina
E ensina
Que a vida
Com rotina
Não desatina.



___Pedro Trajano

Bodas de Estanho

Um dia os céus ouviram dois sins

Marcando o início de uma jornada

Alianças trocadas no altar

Frente a Deus, o padre e testemunhas

Compromisso para duas vidas inteiras

Você de vestido branco e eu de terno

Sabíamos que estávamos fazendo o certo.

 

Nas alianças tinha mais que nomes escritos

O brilho do metal refletia nos olhares

Promessas cravadas, gravadas nas almas

A certeza e convicção em cada declaração

Da igreja Nossa Senhora das Graças

Saímos casados, acompanhados por amigos

Confraternizamos, erguendo nossas taças.

 

quinta-feira, julho 11, 2024

Eu

Eu
sou mais eu.
Mas
o meu eu
tem empatia
pelo seu eu.


___Pedro Trajano

O Frio

O Frio que chegou

Daqui se cansou

Está indo embora

De certa volta

Outro dia

Uma outra hora.


___Pedro Trajano


terça-feira, julho 09, 2024

Parada

O relógio marcava pouco mais de duas horas da manhã. Os números brilhavam no painel tecnológico do carro alugado. Após cinco horas ininterruptas de viagem, aquela era a primeira parada que Gilberto fazia. Estava a poucos quarteirões do destino final; bastava seguir a rua deserta à sua frente, virar à direita, passar em frente à prefeitura de Penápolis e seguir até o próximo quarteirão. Já conhecia o caminho muito bem até o ponto de entrega indicado pelos contratantes. Deixaria a encomenda sem fazer perguntas, como sempre; pois discrição era fundamental nesse seu trabalho atual. Pelo serviço, seria bem remunerado, voltaria para Campo Grande e, na manhã seguinte, pagaria a última prestação para o médico fazer a cirurgia que salvaria a vida de sua esposa. No entanto, agora que conseguira o valor que precisava, enfrentava um dilema: deveria abandonar esse trabalho tão lucrativo?

Eu sou mais eu. Mas o meu eu tem empatia pelo seu eu. (Pedro Trajano)