Reconstrução

Na jornada incerta, renasço em esperança
A dura realidade se dissolve nos sonhos
Rasguei contratos, princípios e projeções
Se a lama me cerca, em lótus me refaço
Sigo em frente, meus valores eu abraço.

Pedro Trajano
opoetatardio

Um novo amanhã

O sol toca a linha do horizonte
Despertando vida em todos os cantos
Em cada sorriso, um desejo se esconde
E a luz revela o brilho do coração
Cada novo dia traz esperança
Como um amanhecer que renova a vida
Escolher viver sempre valerá a pena
Dificuldades nunca serão uma centena.


Pedro Trajano
opoetatardio

Persistência

Não frearei minha jornada diante dos tropeços. Se necessário, ajustarei o leme para enfrentar tempestades. Traçarei novas rotas e desviarei por caminhos diferentes. Aquele que me criou não me colocou aqui para desistir.

Pedro Trajano
opoetatardio

Calmaria

Estou na idade do amadurecimento
Procuro refúgios de calma e serenidade
Diálogos que iluminem a mente
As celebrações tumultuadas já não me atraem
Aprecio o silêncio e a leitura
Virar a noite, somente se for necessário
A qualidade do tempo com minha família
É onde repousa minha alma, no extraordinário.

Pedro Trajano
opoetatardio

Efêmera eternidade

Nos jardins de ipês, te encontrei
Entre sonhos e o real, te busquei
Tua pele e teus lábios, toquei
Como a chuva se oferece à terra
Para ti, eu sem reservas me entreguei
E na efêmera eternidade, te amei.

Pedro Trajano
opoetatardio

Voei com os pássaros

Rabisquei na areia quente
Figuras que só eu via
Aves etéreas e fascinantes
Muitas pessoas riram de mim.

Quando as estrelas surgiram
Cansados, foram-se embora
Fiquei só, mas não sozinho
E as aves ganharam vida.

Então, voei com os pássaros
Sem cansar, sem parar
Acima da linha do horizonte
Minha cabeça tocava as nuvens.

Voamos para perto da lua
Emocionei-me ao descobrir
Que a criança dentro de mim
Não morrera, ela ainda vive.

Fui capaz de sonhar, e sonhei
Eu voei com os pássaros
E eles voaram comigo
O mundo se tornou um abrigo.

Pedro Trajano
opoetatardio

A 3ª Porta

 O som dos pingos d’água batendo no chão é o primeiro som que ouço ao despertar. Abro os olhos e percebo que já é noite; o ambiente está escuro. As gotas continuam a cair em um ritmo compassado, como o pêndulo do antigo relógio da sala da casa dos meus pais. Embora isso já faça muitos anos, a lembrança persiste. Hoje, nem o relógio nem a parede onde ele estava pendurado existem mais, e acho que nem a casa, pois meus pais vivem apenas nas minhas memórias: algumas boas, outras nem tanto e elas vêm e vão de maneira fugaz.

    Minha cabeça dói intensamente, como se os pingos batessem diretamente nela, que lateja por toda a circunferência como se estivesse prestes a explodir. A dor é quase insuportável, uma pressão como um cinto de ferro se expandindo de dentro para fora do meu crânio. Mas tenho que agradecer pelo escuro; luzes artificiais durante essas crises parecem penetrar minhas retinas e se alojar no cérebro, intensificando a dor como agulhas perfurando minha cabeça. É estranho; não me lembro de ter visto a noite chegar. Será que desmaiei aqui por causa da náusea? Preciso de um remédio.

Um Coração Poeta

Se o coração pulsa, é porque há poesia
Nas veias, versos fluem como rios de rimas
Em cada batida, compõe-se uma nova melodia
Desvendando a vida em suas estrofes e enigmas.


Pedro Trajano
opoetatardio