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sexta-feira, janeiro 10, 2025

Solidão Conectada


 

Teclado à frente, telas brilhantes
Toco rostos distantes, gestos ausentes
O vento não sopra, o silêncio grita
A conexão é vasta, o amor se limita.

Palavras fluem, mas o peito é vazio
A magia da rede congela o frio
Somos um sopro na imensidão
Geração digital, sem aproximação.

E mesmo indecente, buscamos frequentemente
Um toque humano, carinho urgente
Mas na vastidão dessa rede inquieta
Somos sós, numa dança incompleta.


Pedro Trajano
opoetatardio

terça-feira, janeiro 07, 2025

O Peso da Ausência



Nosso amor era o certo
Errado foi não termos compreendido
Que rosas, para desabrochar, necessitam de tempo
Restaram marcas de desilusão em corações fragmentados:
No meu, no seu e em quem também acreditava
Que éramos feitos um para o outro.

Faltou proximidade, faltou amadurecimento...
Talvez não fosse mais que amizade
Ou quem sabe fosse um amor de verdade.

Quem afirmou, com absoluta convicção
Que o destino nos uniria para sempre
Jamais antecipou o peso da distância.

A desconexão, que esfriou nossos corações
Afundou o que era belo num abismo de lama
Transformou um mar de paixão em vasto Atacama.

E assim, perdemos quem a gente ama.

Pedro Trajano
opoetatardio

terça-feira, dezembro 31, 2024

Ciclos: Fim e Recomeço




No fim do ano, me desfaço e me reinvento
Chama viva que atravessa os dias árduos
Carrego memórias de dores e de paz
Em silêncio, reflito os erros que me frearam.

Fecho um ciclo, contemplo as lições
Entre risos e lágrimas, recrio paixões
Pois amar e viver são eternos caminhos
Teço esperanças com dedicação renovada.

Cada ciclo é dono de si, soberano
Onde o futuro já acena e me guia
Sonhos que renascem com o novo ano.


Pedro Trajano
opoetatardio

quinta-feira, dezembro 26, 2024

A Mesma Tempestade?





A mesma tempestade, realidades desiguais:
Uns observam, lá no alto, de apartamentos luxuosos
Mal sentem seus sinais, talvez nem os seus trovões
Acústica que pode isolar o ruído e suas percepções.

Há quem a enfrente em casas protegidas
Com muros altos, onde o conforto se faz lar
Onde o temporal, por ruas bem servidas
É só um barulho que vai passar.

Outros resistem em lares mais humildes
Pouco conforto, mas um teto ainda têm
Enfrentam a chuva, murmurando amém.

E há os que vivem em encostas sombrias
Onde a terra treme sob águas frias
Casebres frágeis, medo de desabar
Cada rajada ameaça tudo levar.

Sob pontes de concreto, vidas se abrigam
Enquanto as gotas em pranto se anunciam
Choram em silêncio diante do descaso
Invisíveis, esquecidos, lançados ao acaso.

Para alguns, a tempestade é suave canção
Pingos na janela, como versos a ninar.
Já para outros, é o grito de aflição
Onde até a chuva mansa pode afogar.


Pedro Trajano
opoetatardio

terça-feira, dezembro 24, 2024

O Aniversariante


 

Alegrem-se, abracem, troquem presentes
No calor das luzes, sorrisos ardentes
Com mesas fartas, lembrem dos vazios
Corações que anseiam por gestos gentios.
Além das árvores e piscas envolventes
Há um motivo, mais que marcante
Noel é querido, disso não duvido
Mas tem alguém mais cativante.

Entre os risos e a celebração
A taça de vinho brinda à ocasião
Mas há um motivo, uma outra razão:
Festa, festa, festa e tantos festantes
Será que lembram do Aniversariante?

Pedro Trajano
opoetatardio

🎄 O Aniversariante do Natal 🎄

No calor das luzes e na alegria dos presentes, é fácil se perder nos detalhes da festa. Mas o Natal é mais do que árvores enfeitadas e mesas fartas. É um momento de reflexão, amor e gratidão. Lembre-se de quem realmente é o centro dessa celebração.

Será que lembramos do Aniversariante? ❤️

segunda-feira, dezembro 23, 2024

Ilha de Paz



Tua presença em mim habita
Um amor que acolhe e conquista
Teu sorriso acende as estrelas
Deixando minha noite mais bonita
Meu dia recomeça no teu olhar
No teu amor, encontro o meu lugar:
Uma ilha de paz, onde posso morar.

Pedro Trajano
opoetatardio


A vida, com todas as suas complexidades, muitas vezes nos leva a buscar um refúgio. Um lugar onde possamos nos sentir acolhidos, onde a paz seja uma constante e a felicidade, um caminho diário. Esse lugar não precisa ser físico, mas sim emocional e espiritual. No poema Ilha de Paz, convido você a refletir sobre esse amor que transforma, que acolhe e que recomeça a cada novo amanhecer.

sexta-feira, dezembro 20, 2024

O Menu



Se tua consciência
Te servisse um prato à mesa
Com o menu das tuas palavras, certezas e orações
Dos teus sonhos, cobiças, ambições
Promessas vazias, julgamentos amargos e idealizações
Ao provar, o que sentirias?
Sabor de vida ou gosto de morte?
Cada palavra seria alimento ou ferida
Um banquete de paz ou veneno à vida?


Pedro Trajano
opoetatardio

quarta-feira, dezembro 18, 2024

Duas Xícaras de Café


    A vida me moldou na resiliência e superação, com caixas fechadas e perguntas engolidas, provações. Busquei o sabor doce em cafés alheios, mas muitas vezes só encontrei o gosto forte e persistente de resultados que eu não escolhi. Em dias assim, de solidão, os beijos que busquei não eram suficientes, um vazio. Até que, um dia, preparei meu próprio café e coloquei em canecas favoritas. O sabor agora tinha a intensidade de uma vida livre. Então, finalmente, saboreei a doçura de um café sem açúcar, compartilhado a dois.


Pedro Trajano
opoetatardio

Eu sou mais eu. Mas o meu eu tem empatia pelo seu eu. (Pedro Trajano)